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Muitas pessoas confundem Educação Emocional com Inteligência Emocional – IE. As duas estão interligadas, mas a primeira é o meio e a segundo é o fim. Por exemplo, não é possível obtermos uma educação emocional eficaz enquanto não tivermos consciência do nosso temperamento, a base do modelo emocional e consequentemente, apoia as competências da Inteligência Emocional – IE.
Podemos educar as nossas emoções, mas não as suprimir, pois elas são as testemunhas as nossas ações, fazem parte da estratégia da natureza para a nossa sobrevivência. Isto significa, na prática, que jamais deixaremos de ter emoções – raiva, medo, tristeza, nojo, alegria, uma vez que elas são intrínsecas à condição humana. Mas podemos educar essas emoções ajudando-nos na integração psicológica dos estados emocionais.
Nos últimos anos surgiram muitas pesquisas sobre biologia das emoções, após o aparecimento da Neurociência que se ocupa em estudar o cérebro humano. Mesmo assim, este é um assunto ainda controverso e requer estudos para uma compreensão mais profunda. E como existem muitas pesquisas com diversas interpretações e definições, escolhemos focar nos estudos e classificação de Salovey e Mayer (1990), Ekman (2011) e Goleman (1999), que se aproximam na classificação e conceitos, formando uma base de estrutura para o desenvolvimento da Inteligência Emocional – EI.
Estes autores contribuem para o estudo e avaliação da expressão emocional, visando a regulação efetiva da emoção em si e nos outros, como também, o uso dos sentimentos para motivar, planejar e alcançar sucesso na própria vida, dando origem as competências da IE. O desenvolvimento emocional do ser humano acontece em três fases: aquisição (expressão e percepção das emoções de forma pessoal), refinamento (as modificações nas emoções e comportamento em função do meio social e cultural) e transformações (às mudanças no processamento das emoções para modificar a forma de pensar ou reagir diante de determinada situação).
Desta forma, a finalidade da Educação Emocional é entender essas fases para ensinar as pessoas a identificar e reconhecer suas emoções visando a gestão do seu temperamento, condição que irá aprimorar (refinar) seu comportamento para aprender a controlar seus impulsos e adiar as satisfações. Como também, identificar e reconhecer as emoções no outro, procurando sentir como o outro sente em busca de um convívio mais harmônico. (SANTOS, 2000).
O conceito de Inteligência Emocional (IE) chegou ao meio científico em 1990, através de um artigo de autoria dos psicólogos Salovey e Mayer na revista Imagination, Cognition and Personality. Em seguida, vários outros trabalhos sobre o assunto começaram a tornasse conhecido do grande público (Mayer & Salovey 1997; Goleman, 1995, Mayer, Caruso & Salovey, 2002). No início, foram conceituados quatro campos para o estudo e desenvolvimento da Inteligência Emocional, por meio da educação emocional: percepção emocional, facilitação do pensamento, compreensão e gerenciamento (Mayer & Salovey 1999). Mais especificamente, as quatro capacidades são:
Mas os conceitos da IE não estão fechados e são amplamente discutidos em áreas diversas, onde vários pesquisadores estudam quais são as competências necessárias a serem desenvolvidas para que a inteligência emocional e social possa aflorar. O que se sabe de fato é que, a educação emocional é um caminho importante para este fim. Assim, as pesquisas sobre as emoções ocorrem sobre três óticas: experiência, comportamento e fisiologia, visando construir métodos que possibilitem o desenvolvimento das habilidades emocionais necessárias para uma vida feliz.
A educação emocional desenvolvida na escola e nos espaços educacionais tem como finalidade ser preventiva. Ou seja, o objetivo é que o educando adquira habilidades e atitudes que vão se tornar competências por meio da identificação e gestão de suas emoções para uma vida feliz, por meio de um programa com aulas e materiais pedagógicos. Para isso, este educando não poderá ser portador de patologias importantes na esfera psicoemocional. Os educandos que apresentam comportamento problemáticos podem participar das aulas, e caso seja preciso, serão encaminhados para profissionais da área de saúde.
(Do livro Educação Transcomportamental – Gestão das Emoções para Comportamentos Inteligentes, Isa Magalhães – Ludis Editora, 2018)